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Lenda dos Penedos

O PENEDO SANTO

 

No lugar do Alto da Rainha, localiza-se o Penedo Santo ou Penedo do Santo, que se refere certamente a S. Bartolomeu, apóstolo que, segundo uma tradição que ainda corria no início deste século, vivia ali próximo, numas courelas que ainda hoje conservam o seu nome. Reza a crença que ali teve lugar um templo, uma ermida ou um pequeno mosteiro que, segundo a lenda, afundou-se pela terra dentro, ouvindo-se muito depois de soterrado o som dos sinos repicando no seu campanário.
Atesta a fé popular que, para provar tal crença, basta nesse sítio ver a água de uma presa (Presa de S. Bartolomeu) sumir rapidamente pelos lameiros quase sem deixar rasto. Crê-se que foram os habitantes de Penafiel que levaram de Figueiras a imagem de S. Bartolomeu, que veneram naquela cidade.
Neste penedo já não se vislumbram umas marcas que o povo jurava pertencerem ao santo. Uns pedreiros fizeram racharam uma parte do penedo, retirando-lhe esses vestígios.
O historiador Padre Francisco Augusto Peixoto escreveu em “Lousada – Sua Origem e Antiguidades” (1915) que «há umas dezenas de anos ainda lá iam colocar em cima do penedo um púcaro de água, pão e sardinhas, pessoas enfermas ou atacadas de maleitas e que rezavam assim ao depor estas oferendas: aqui fica pão para tu comeres, água para tu beberes, e maleitas para tu tremeres».

 

O PENEDO DO SOL

 

No lugar do Sol, dentro de uma mata pertencente à senhorial casa de Rio de Moinhos, destaca-se um penedo em forma cónica, encimado por uma cruz. Em torno deste espécime formou-se uma lenda cuja origem remonta ao século XVI.
Nesse tempo, apareceu ali a imagem de uma santa, que o pároco levou para a igreja, mas ela apareceu de novo no mesmo sítio. Novamente o abade a transportou para  o templo, que é a capela do Casal, onde hoje está a estátua.
O reverendo ficaria sem a vista e depressa surgiu a crença de que teria sido castigo da santa por não a deixar ficar onde estava. De facto, crê-se que ele, vendo a insistência com que a santa voltava ao local de origem, nunca a deveria contrariar. Reconheceu então que a cegueira tinha sido um castigo. Para se penitenciar, o pároco mandou construir a ermida, tendo posteriormente recuperado a vista.
Perante tal milagre, o povo decidiu baptizar a imagem com o nome de Santa Luzia, padroeira da visão.
Refere a lenda que, no local do penedo existe desde o tempo dos mouros, muita riqueza escondida na terra, mas que, apesar das letras que o penedo tem gravadas indicarem os metros da distância a que se encontra essa riqueza, nunca foi possível dar-se com ela.

 

O PENEDO DE MOURA

 

A 50 metros do Penedo Santo está o Penedo da Moura, que se refere a uma agarena ou muçulmana que foi encantada pelos feiticeiros do seu próprio povo, como castigo por se ter apaixonado por um cristão. Teria ele sido S. Bartolomeu? A história não é clara, mas diz que ela se chamava Zaira e que ele era um pregador cristão. É um exemplo de amor esmagado numa ligação proibida.
Escreveu o Padre Francisco Augusto Peixoto, de Freamunde, que “parece deveras que, na sua quietude e mudez, este penedo é um profundo e imóvel pensador, um pesado e pesaroso espectador desse viçoso anfiteatro, dessa ridente arena, deste verde e campestre coliseu que são as veigas, a planície, as encostas e vertentes do Mesio”. Desta enfática contemplação da Natureza, o abade estudioso passou de seguida à lamentação, em jeito de denúncia de calamidade perpetrada contra o património: “(...) monumento coevo, que foi testemunha admirável das convulsões do planeta Terra, foi rasgado! O Torres, o Dr. José Marnoco e o pedreiro Vitorino Fernandes, no ano de 1914, violaram a serena e milenar impassibilidade, mutilando-o (...)”.
À cautela contra qualquer derrocada inoportuna do penedo posicionado acima da sua residência, aquele médico municipal do início do século XX mandou que o encurtassem. A pedra foi usada para os tanques do seu quintal.

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